Este texto aborda o paradoxo entre a indústria cultural e a formação humana, com base na teoria crítica. O texto utiliza uma metodologia bibliográfica, discutindo temas como educação, formação, semiformação, indústria cultural, capitalismo e emancipação. O objetivo é debater como a indústria cultural interfere na formação dos indivíduos. A contribuição dos processos educativos para o desenvolvimento da civilização é destacada, enfatizando a importância da criticidade e autorreflexão para evitar a barbárie. Os fundamentos da teoria crítica ressaltam a necessidade de um (...) pensamento filosófico que oriente o sujeito para o esclarecimento. A educação para a emancipação é considerada a mais eficaz para a formação humana em uma sociedade explorada pelo capital. O estudo reconhece que novas questões surgirão, indo além dos limites desta pesquisa. (shrink)

O manuscrito clandestino Jordanus Brunus redivivus ou Traité des erreurs populaires foi publicado em 1771, não trazendo indicação alguma de sua autoria. Entretanto, a despeito do anonimato da obra, ela tornou-se um dos textos mais famosos dentre a filosofia clandestina do século XVIII, aludindo a um filósofo que foi uma das maiores vítimas da superstição e do fanatismo de sua época: Giordano Bruno. O título do escrito é uma espécie de homenagem ao pensador italiano, mas não há no decorrer da (...) obra uma menção sequer que comprove que o autor anônimo tenha lido uma linha de suas obras, mesmo que seja considerado o elo filosófico de união entre o brunismo da primeira metade do século XVII e o da segunda metade do século XVIII. É em um encadeamento de ideias progressivo no Jordanus Brunus que nos permite encontrar o fio condutor das reflexões do autor: a sua formulação do ateísmo caracteriza-se por sua abordagem não dogmática, dissimulada, preparando o solo para o racionalismo ateu que estaria por vir. O presente artigo limitar-se-á à terceira e quarta partes do manuscrito, nas quais o autor anônimo vai tratar diretamente da questão da existência de deus e fazer diversas objeções às provas de sua existência. (shrink)

Circunscrevendo o âmbito no qual o ateísmo pode ser compreendido, a saber, na esfera dos costumes, convenções religiosas, políticas e teológicas, e até mesmo no campo dos temperamentos e caracteres, desde os Pensées diverses sur la comète até a Continuation des Pensées sur la comète e a Réponse aux quéstions d’un Provincial Bayle erige, fundamenta e radicaliza o vínculo entre ateísmo e virtude, entendendo aqui ateísmo sob um enfoque de caráter prático, ou seja, em relação à atitude daqueles que vivem (...) como se um deus não existisse, minimizando o valor de sua eficácia sobre a conduta humana. Porém, tal postura não é menos dotada de virtude, uma vez que se entenda tal termo como uma perpétua disposição para cumprir determinados atos morais e tendo como objeto os atos da vida prática, como por exemplo, justiça, honestidade, coragem, amizade, entre outros. (shrink)

Olympe de Gouges publica as Réflexions sur les hommes nègres no ano de 1788. Com ideias abolicionistas, a autora aborda a condição dos escravos negros no Século das Luzes, em um contexto de profusão do ideário dos progressos da razão em todos os campos do saber. Ela evidencia, porém, que os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade ainda estavam bastante aquém de serem praticados ao pé da letra.

Em um pequeno escrito intitulado Apologie de l’ennui et des ennuyeux, Holbach, sob uma apologia, repudia a figura do ennuyeux. O retrato dos costumes traçado pelo Barão é acompanhado de uma crítica filosófica que remonta às causas originais tanto da propagação como da universalidade do tédio. Tal reflexão o Barão já empreendera em La Moral Universelle, o que permite fazer uma leitura da Apologie como uma crítica invertida, por meio de uma condenação contundente do tédio, este entendido como uma permanente (...) insatisfação da natureza humana. (shrink)

Resumo: A superstição é definida por Bayle, em diversos momentos e diversas obras do filósofo francês, como: a) algo característico da corrupção natural humana; b) a prova da facilidade do homem em se ater às mais diversas crendices, logo, estando sujeito não só a uma, mas a todo tipo de superstições; c) o fenômeno que se instaurou e se disseminou na sociedade, perseguindo a todos e gerando ilusões por toda parte, através de presságios, profecias, prodígios, e sinais. Nesse quadro de (...) diversas e intangíveis absurdidades, a superstição ganha forma, indo para além dos domínios da razão e, assim, Bayle, em seus escritos, torna manifesta a oposição entre a filosofia e a ignorância supersticiosa, entre o entendimento e a imaginação e entre as explicações científicas e os relatos fantásticos.: Superstition is defined by Bayle at various times and in various works as: a) something characteristic of natural human corruption; b) proof of the ease of man in adhering to the most diverse beliefs, being subject not only to one but to all kinds of superstitions; c) a phenomenon which arose and spread in society, following everyone and creating illusions everywhere by means of omens, prophecies, miracles, and signs. In this context of the diverse and intangible absurdities in which superstition takes shape, going beyond the realms of reason, Bayle in his writings makes manifest the opposition between philosophy and superstitious ignorance, between understanding and imagination, and between scientific explanations and fantastic tales. (shrink)

Em seu Système de la nature, Holbach afirma que algumas ideias que o homem engendra dentro de si são derivadas de uma oscilação dos humores que o impede de entrever quais as razões de atribuir um caráter sacro a certas palavras ou opiniões. Nesse sentido, as paixões, longe de serem romantizadas e levarem vantagem em relação à reta razão justamente por serem menos frias e mais lúdicas, sob a pena do barão ganham uma imagem negativa, definidas como verdadeiros obstáculos ao (...) homem que pretende entender os princípios, o curso e as leis da natureza dispensando o recurso a instâncias ou entidades sobrenaturais criadas pela imaginação, pela inconstância dos humores ou pela linguagem. Palavras-chave : Holbach. Paixões. Divindade. (shrink)

Quando Bayle reflete sobre a possibilidade de um ateísmo especulativo, ele argumenta acuradamente a respeito, mostra que o ateísmo pode dar sua contribuição a diversas discussões de ordem teórica, como a questão do livre-arbítrio, da providência e do mal, por exemplo. Se o filósofo de Carla se pronuncia a favor do ateísmo especulativo, ele vai mais além e afirma uma moral natural, a qual, apoiada em princípios comuns a todos os homens, permite vislumbrar e dar solidez a sua tese fundamental (...) desde os Pensées diverses sur la comète: a associação entre ateísmo e virtude. Dessa forma, Bayle expõe e analisa os diversos argumentos e pontos de vista a respeito do estatuto filosófico do ateísmo especulativo. (shrink)

This paper presents several proof-theoretic results concerning weak fixed point theories over second order number theory with arithmetic comprehension and full or restricted induction on the natural numbers. It is also shown that there are natural second order theories which are proof-theoretically equivalent but have different proof-theoretic ordinals.

Esboço de uma perspectiva humana do universo.--Justificação histórica de perspectiva filosófica.--Justificação científica da cosmologia fisica.

Although from a philosophical perspective, many reflections can be brought up about the theorizing process, in this essay, we aim to reflect on the importance of the alignment between ontology and epistemology. This is particularly relevant because deeper discussions about the philosophical roots that underlay the theorizing processes remain as a lack in organizational and management studies. To support our work, we adopted the epistemic-ontological alignment model as a conceptual tool and the Resource-Based View (RBV) and some of its questionings (...) as an example to carry out a reflection exercise about its epistemic-ontological alignment. RBV is a theory that plays a prominent role in management studies, especially in the strategy field. Nevertheless, discussions regarding RBV philosophical foundations are not common in the mainstream of strategic management. After our analysis, we advise that scholars care about the philosophical roots of their theoretical proposals to promote constructive dialogue in their research communities. This can avoid empty discussions and criticisms based on incongruous worldviews. Our reflections also suggest that future research should embrace the plurality of paradigms as a source of renewal and transcendence in the production of knowledge. A multi-paradigmatic movement towards more eclecticism in Administrative Science can help produce new and underexploited combinations of knowledge in the theorizing process. (shrink)

The blogosphere’s heterogeneity has significantly increased in recent years. Thus, the blog-as-diary approach has shown its limitations. Viewing blogs as a genre is also misleading, as it confuses medium and genre. Considering that the studies of blog genres still need further theoretical and empirical investigations, we propose a method to assess blog posts, understood as utterances, the minimal unit of a blog. We then conduct an analysis of two large datasets from 100 Brazilian blogs. Three reviewers read and judged 5218 (...) posts from 50 A-list blogs and 1527 posts from 50 non-A-list blogs, captured in a 30-day period. Posts’ compositional form, theme and style were cross-analyzed in and between datasets. Our findings lead to the conclusion that blogs in the A-list group tend to post more and stick to themes that attract audiences. Non-A-list blogs post less and focus on themes of interest to bloggers themselves, not necessarily hype topics. (shrink)

At the age of twenty-five, Primo Levi was sent to Hell. Levi, an Italian chemist from Turin, was one of many swept up in the Holocaust of World War II and sent to die in the German concentration camp in Auschwitz. Of the 650 people transported to the camp in his group, only 15 men and 9 women survived. After Soviet liberation of the camp in 1945, Levi wrote books, essays, short stories, poetry, and a novel, in which he (...) painstakingly described the horrors of his experience at Auschwitz. He also spent the rest of his life struggling with the fact that he was not among those who were killed. In _Primo Levi and the Politics of Survival,_ Frederic D. Homer looks at Primo Levi's life but, more important, shows him to be a significant political philosopher. In the course of his writings, Levi asked and answered his most haunting question: can someone be brutalized by a terrifying experience and, upon return to "ordinary life," recover from the physical and moral destruction he has suffered? Levi used this question to develop a philosophy positing that although man is no match for life, he can become better prepared to contend with the tragedies in life. According to Levi, the horrors of the world occur because of the strength of human tendencies, which make relationships between human beings exceedingly fragile. He believed that we are ill-constituted beings who have tendencies toward violence and domination, dividing ourselves into Us and Them, with very shallow loyalties. He also maintained that our only refuge is in education and responsibility, which may counter these tendencies. Homer calls Levi's philosophy "optimistic pessimism." As Homer demonstrates, Levi took his past experiences into account to determine that goodwill and democratic institutions do not come easily to people. Liberal society is to be earned through discipline and responsibility toward our weaknesses. Levi's answer is "civilized liberalism." To achieve this we must counter some of our most stubborn tendencies. Homer also explores the impact of Levi's death, an apparent suicide, on the way in which his work and theories have been perceived. While several critics discount Levi's work because of the nature of his death, Homer argues that his death is consistent with his philosophy. A book rich in brutally honest philosophy, _Primo Levi and the Politics of Survival_ compels one to look at serious questions about life, tragedy, optimism, solidarity, violence, and human nature. (shrink)

Neste texto, o nosso objetivo é indicar, seguindo o horizonte proposto por Primo Levi em Os afogados e os sobreviventes [1986], que é possível comunicar ou diminuir a distância entre o expressar e o compreender. Como hipótese, argumentaremos que embora não nos seja permitido sentir no lugar do outro, é-nos possível compreender a sua expressão; essa compreensão se daria a partir de uma conversão do olhar, fundamentada em uma vontade de comunicar. Para isso, utilizaremos – no horizonte da problemática (...) de Levi – alguns elementos da filosofia de Simone de Beauvoir, em especial a sua noção de situação, e de Ludwig Wittgenstein, com ênfase em sua noção de apresentação panorâmica. Ambas as noções mencionadas sugerem, a nosso ver, atitudes metódicas, das quais Levi se aproximou. (shrink)

Artykuł zawiera prezentację, analizę oraz interpretację pojęcia przemocy zbędnej, które pojawia się w piątej części książki Primo Leviego Pogrążeni i ocaleni. Levi podjął próbę uchwycenia przy pomocy tego pojęcia specyfiki przemocy stosowanej przez niemieckich nazistów. Sposób ujęcia fenomenu bezużytecznej przemocy przez tego autora zostaje rozszerzony o dodatkowe relacje świadków oraz ustalenia badaczy, którzy zajmują się sposobem funkcjonowania obozów koncentracyjnych oraz fenomenem nazistowskiego terroru. W ten sposób charakterystyka pewnej formy przemocy, którą wypracował autor, będący jednocześnie jej ofiarą, uzyskuje poparcie i (...) szeroki komentarz. (shrink)

(Dall'introduzione del volume) Nel terzo capitolo Simone Ghelli si lancia nell’impresa di ipotizzare un percorso di lettura leviano di cui non è dato trovare riscontri filologici precisi, ma che è tuttavia percepibile “nell’aria” e nelle opere del torinese. Si tratta di una risonanza con il pensiero filosofico di Pierre Bayle e della sua riflessione sulla sofferenza nell’orizzonte speculativo di Levi, il quale tornò sovente a meditare sul problema del male e sulla spinosa questione dell’assenza di Dio e dell’impossibilità di fornire (...) una giustificazione della vita e del mondo. Ghelli arriva così a sostenere che «la posizione di Levi esprime una profonda consapevolezza filosofica, una concatenazione non casuale di concetti e argomenti riconducibile a una tradizione ben precisa: quella dell’ateismo moderno». (shrink)

L'opera di Primo Levi presenta un caso straordinariamente ricco e in qualche modo enigmatico di intertestualità. Con questo volume si è cercato di tracciare i lineamenti di una mappa immaginaria, uno schema degli innesti, intertesti e trapianti che collegano l'opera leviana ai libri altrui.

Judaism, enlightenment, and the end of theodicy -- The shadowed violence of culture -- Survivor testimony and the Hegelian subject -- Ethics and ontology in Auschwitz and after -- Traumatic history -- The art of separation from chemistry to racial science -- The work of genocide -- Conclusion: a new humanism?.